Esse texto complementa o Vídeo sobre Evolução do átomo disponível no youtube no endereço. http://www.youtube.com/watch?v=YduWcvO3FF0
Nossa relação com os átomos começou de um modo mais simples. Na antiga Grécia, no século 4º. a.C., dois filósofos, Leucipo e Demócrito, observaram o comportamento da matéria e acharam interessante sua característica de poder ser dividida. Então, eles se fizeram a pergunta "o que acontece se uma porção de matéria for dividida continuamente?"
Porção indivisível
A conclusão a que chegaram é que essa sequência de divisões não poderia ser infinita. Em algum momento, se chegaria a uma porção de matéria que não poderia mais ser dividida. A essa porção deram o nome de átomo - do grego a=não, tomo=divisão. O átomo seria portanto a porção constituinte mínima e indivisível de toda a matéria. Esta ideia do átomo como uma "bolinha" microscópica maciça, formadora de tudo que é material, seguiu quase inalterada por 2 mil anos, até que o químico inglês John Dalton descobriu que cada substância pura era constituída de um único tipo de átomos, que eram idênticos entre si quanto às suas propriedades, tamanho e modo de reação química.
Com Dalton, os átomos deixaram de ser identidades físico-químicas genéricas e ganharam nomes próprios, conforme as substâncias que constituíam e às quais emprestavam suas propriedades. Assim as características do ferro eram decorrentes de este ser formado por átomos do ferro, que eram diferentes em suas características fundamentais, por exemplo, dos átomos do alumínio.
Interações atômicas
Dalton descobriu também que esses átomos de características próprias, conforme o tipo, reagem entre si de acordo com proporções numéricas simples, deixando claro que as diferentes combinações e transformações da matéria eram resultantes das interações entre seus átomos.
Em meio a este acúmulo de evidências, ficava cada vez mais claro aos cientistas que o átomo deveria ser algo mais que uma bolinha maciça muito pequena. A ideia dos gregos de que a menor partícula da matéria deveria seria uniforme e indivisível começava a cair por terra.
Thomson e Rutherford
Primeiro com Thomson, que, pesquisando descargas elétricas em alto vácuo, descobriu os elétrons. Para ele, os átomos seriam compostos por um núcleo gelatinoso de carga elétrica positiva, no qual estariam incrustados os elétrons, de carga elétrica negativa.
Em seguida, com Nelson Ernest Rutherford, físico neozelandês, que em 1911 rompeu em definitivo com o modelo grego antigo de átomo, com sua célebre experiência na qual bombardeou uma fina lâmina de ouro com partículas em alta velocidade, constatando que a maioria das partículas atravessava o ouro como se o metal não lhe oferecesse nenhum obstáculo ao trajeto.
Rutherford concluiu que o átomo deveria ser formado em sua maior parte de espaços vazios. Desenvolveu, então, o chamado modelo atômico planetário, no qual o átomo seria comparado a um sistema solar, com o núcleo de carga elétrica positiva no centro e os elétrons, de carga negativa, orbitando em torno dele na eletrosfera.
Modelo atômico Rutherford-Bohr
A concepção de Thomson e Rutherford seria posteriormente aperfeiçoada pelo físico dinamarquês Niels Bohr, razão pela qual o átomo planetário é também conhecido como Modelo atômico de Rutherford-Bohr.
É de Bohr a inclusão no modelo atômico da teoria quântica, que explicava como os diferentes níveis de energia na eletrosfera impediam os elétrons de cair como um meteoro no núcleo, o que fatalmente aconteceria se o átomo se comportasse apenas como um sistema solar, como Rutherford inicialmente propôs.
Derrubada a ideia do átomo maciço e indivisível, coube ao mesmo Rutherford propor que nem mesmo o núcleo atômico se enquadrava nesta definição. Ao contrário, o núcleo seria formado por partículas ainda menores. Os de carga positiva receberam o nome de próton, sendo que o núcleo do hidrogênio - o mais simples dos elementos - seria composto de apenas uma destas partículas.
Chadwick e o nêutron
Em 1932, Chadwick descobriu o nêutron, que seria a segunda partícula constituinte do núcleo, só que não dotado de carga elétrica, como seu vizinho positivo.
Chegamos então à concepção atual do átomo, onde um núcleo pequeno e maciço, composto de prótons de carga elétrica positiva e nêutrons sem carga elétrica, são envoltos por uma eletrosfera formada por elétrons de pouquíssima massa e carga elétrica negativa.
Num resumo aproximado, poderíamos dizer que as partículas atômicas tem a seguinte identidade:
Massa Carga Elétrica
Próton massa 1 carga elétrica + 1
Nêutron massa 1 carga elétrica 0
Elétron massa desprezível carga elétrica -1
Já as representações do átomo podem variar bastante, conforme o modelo representado, desde o desenho clássico do modelo Rutherford-Bohr às representações mais sofisticadas que mostram os elétrons circulando em orbitais elípticos.
Das partículas indivisíveis de Leucipo e Demócrito à mecânica quântica e ao princípio da incerteza de Heisenberg, nosso conhecimento sobre os átomos percorreu um longo caminho.
Pode ser que conceitos como dualidade partícula-onda atribuída ao elétron pareçam um tanto incompreensíveis à maioria, mas tudo começou com homens curiosos, que, com seus recursos simples, observavam a natureza e tentavam entendê-la.
Todos os créditos para
Carlos Roberto de Lana
Copiado na integra de: http://educacao.uol.com.br/…/atomo-a-hrefhttpeducacaouolcom….
César Lattes descobriu o méson pi em 1947, usando chapas fotográficas espessas expostas à radiação cósmica, radiação esta que consiste no bombardeio permanente de partículas energéticas vindas do espaço cósmico e que são bloqueadas pela atmosfera terrestre, de modo que são melhor detectadas no alto das montanhas. Essa descoberta foi fundamental para a compreensão das forças que atuam no interior do núcleo atômico. Até então somente eram conhecidos o próton, de carga elétrica positiva, e o nêutron, sem carga elétrica, os quais eram tidos como os únicos componentes do núcleo do átomo, em torno do qual gravitam os elétrons. Mas como no interior do núcleo atômico só existem cargas elétricas positivas (dos prótons), e cargas iguais se repelem, era um mistério o fato de o núcleo atômico não explodir, e, bem ao contrário, permanecer perfeitamente estável, com poucas exceções, como o urânio e outros elementos radioativos. Não fosse assim, não haveria matéria estável, e nós mesmos não estaríamos aqui para conversar! Era pois necessário haver entre as partículas do núcleo uma outra força, de natureza atrativa porém não eletromagnética, que compensasse a repulsão eletrostática entre os prótons. César Lattes, com a descoberta experimental do méson pi, mostrou que no interior do núcleo atômico existem de fato outras partículas, além dos prótons e nêutrons, potencialmente capazes de exercer forças de atração, e, assim, compensar a repulsão eletrostática entre os prótons. Com isto foi aberto o caminho para se entender a estabilidade dos elementos. Não é difícil entender o alcance desta descoberta. De fato, César Lattes descobriu o méson pi na radiação cósmica, usando chapas fotográficas espessas (emulsões nucleares) expostas à radiação cósmica no alto de montanhas, inicialmente nos Pirineus e, mais tarde, em maiores altitudes, no monte Chacaltaia, nos Andes bolivianos. Foi Lattes quem caracterizou o traço, a "assinatura" da nova partícula nas emulsões nucleares, e determinou a sua massa. Posteriormente César Lattes confirmou a existências destas partículas sub-nucleares, produzindo-as artificialmente no acelerador de partículas da Universidade de Berkeley, na Califórnia. Pela descoberta, Cecil Powell - então chefe da equipe de emulsões nucleares da Universidade de Bristol, no Reino Unido, onde tudo começou - recebeu em 1950 o Prêmio Nobel de Física. Lattes e Occhialini não foram premiados, juntamente com Powell, porque nessa época somente o líder do grupo de pesquisas recebia esta honraria. Somente a partir de 1960 essa política foi alterada. O professor Lattes, devido à sua descoberta do méson pi, é considerado o mais importante físico brasileiro do século 20; o cientista brasileiro mais conhecido no exterior e, talvez, o único cujo nome é lembrado pelo povo; teve participação decisiva na criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio, e do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq).
Todos os créditos desse texto vão para o Professor Ronaldo Barbosa Alvim -http://conceitoaronaldo.blogspot.com.br/…/l…/M%C3%A9son%20Pi
Nossa relação com os átomos começou de um modo mais simples. Na antiga Grécia, no século 4º. a.C., dois filósofos, Leucipo e Demócrito, observaram o comportamento da matéria e acharam interessante sua característica de poder ser dividida. Então, eles se fizeram a pergunta "o que acontece se uma porção de matéria for dividida continuamente?"
Porção indivisível
A conclusão a que chegaram é que essa sequência de divisões não poderia ser infinita. Em algum momento, se chegaria a uma porção de matéria que não poderia mais ser dividida. A essa porção deram o nome de átomo - do grego a=não, tomo=divisão. O átomo seria portanto a porção constituinte mínima e indivisível de toda a matéria. Esta ideia do átomo como uma "bolinha" microscópica maciça, formadora de tudo que é material, seguiu quase inalterada por 2 mil anos, até que o químico inglês John Dalton descobriu que cada substância pura era constituída de um único tipo de átomos, que eram idênticos entre si quanto às suas propriedades, tamanho e modo de reação química.
Com Dalton, os átomos deixaram de ser identidades físico-químicas genéricas e ganharam nomes próprios, conforme as substâncias que constituíam e às quais emprestavam suas propriedades. Assim as características do ferro eram decorrentes de este ser formado por átomos do ferro, que eram diferentes em suas características fundamentais, por exemplo, dos átomos do alumínio.
Interações atômicas
Dalton descobriu também que esses átomos de características próprias, conforme o tipo, reagem entre si de acordo com proporções numéricas simples, deixando claro que as diferentes combinações e transformações da matéria eram resultantes das interações entre seus átomos.
Em meio a este acúmulo de evidências, ficava cada vez mais claro aos cientistas que o átomo deveria ser algo mais que uma bolinha maciça muito pequena. A ideia dos gregos de que a menor partícula da matéria deveria seria uniforme e indivisível começava a cair por terra.
Thomson e Rutherford
Primeiro com Thomson, que, pesquisando descargas elétricas em alto vácuo, descobriu os elétrons. Para ele, os átomos seriam compostos por um núcleo gelatinoso de carga elétrica positiva, no qual estariam incrustados os elétrons, de carga elétrica negativa.
Em seguida, com Nelson Ernest Rutherford, físico neozelandês, que em 1911 rompeu em definitivo com o modelo grego antigo de átomo, com sua célebre experiência na qual bombardeou uma fina lâmina de ouro com partículas em alta velocidade, constatando que a maioria das partículas atravessava o ouro como se o metal não lhe oferecesse nenhum obstáculo ao trajeto.
Rutherford concluiu que o átomo deveria ser formado em sua maior parte de espaços vazios. Desenvolveu, então, o chamado modelo atômico planetário, no qual o átomo seria comparado a um sistema solar, com o núcleo de carga elétrica positiva no centro e os elétrons, de carga negativa, orbitando em torno dele na eletrosfera.
Modelo atômico Rutherford-Bohr
A concepção de Thomson e Rutherford seria posteriormente aperfeiçoada pelo físico dinamarquês Niels Bohr, razão pela qual o átomo planetário é também conhecido como Modelo atômico de Rutherford-Bohr.
É de Bohr a inclusão no modelo atômico da teoria quântica, que explicava como os diferentes níveis de energia na eletrosfera impediam os elétrons de cair como um meteoro no núcleo, o que fatalmente aconteceria se o átomo se comportasse apenas como um sistema solar, como Rutherford inicialmente propôs.
Derrubada a ideia do átomo maciço e indivisível, coube ao mesmo Rutherford propor que nem mesmo o núcleo atômico se enquadrava nesta definição. Ao contrário, o núcleo seria formado por partículas ainda menores. Os de carga positiva receberam o nome de próton, sendo que o núcleo do hidrogênio - o mais simples dos elementos - seria composto de apenas uma destas partículas.
Chadwick e o nêutron
Em 1932, Chadwick descobriu o nêutron, que seria a segunda partícula constituinte do núcleo, só que não dotado de carga elétrica, como seu vizinho positivo.
Chegamos então à concepção atual do átomo, onde um núcleo pequeno e maciço, composto de prótons de carga elétrica positiva e nêutrons sem carga elétrica, são envoltos por uma eletrosfera formada por elétrons de pouquíssima massa e carga elétrica negativa.
Num resumo aproximado, poderíamos dizer que as partículas atômicas tem a seguinte identidade:
Massa Carga Elétrica
Próton massa 1 carga elétrica + 1
Nêutron massa 1 carga elétrica 0
Elétron massa desprezível carga elétrica -1
Já as representações do átomo podem variar bastante, conforme o modelo representado, desde o desenho clássico do modelo Rutherford-Bohr às representações mais sofisticadas que mostram os elétrons circulando em orbitais elípticos.
Das partículas indivisíveis de Leucipo e Demócrito à mecânica quântica e ao princípio da incerteza de Heisenberg, nosso conhecimento sobre os átomos percorreu um longo caminho.
Pode ser que conceitos como dualidade partícula-onda atribuída ao elétron pareçam um tanto incompreensíveis à maioria, mas tudo começou com homens curiosos, que, com seus recursos simples, observavam a natureza e tentavam entendê-la.
Todos os créditos para
Carlos Roberto de Lana
Copiado na integra de: http://educacao.uol.com.br/…/atomo-a-hrefhttpeducacaouolcom….
César Lattes descobriu o méson pi em 1947, usando chapas fotográficas espessas expostas à radiação cósmica, radiação esta que consiste no bombardeio permanente de partículas energéticas vindas do espaço cósmico e que são bloqueadas pela atmosfera terrestre, de modo que são melhor detectadas no alto das montanhas. Essa descoberta foi fundamental para a compreensão das forças que atuam no interior do núcleo atômico. Até então somente eram conhecidos o próton, de carga elétrica positiva, e o nêutron, sem carga elétrica, os quais eram tidos como os únicos componentes do núcleo do átomo, em torno do qual gravitam os elétrons. Mas como no interior do núcleo atômico só existem cargas elétricas positivas (dos prótons), e cargas iguais se repelem, era um mistério o fato de o núcleo atômico não explodir, e, bem ao contrário, permanecer perfeitamente estável, com poucas exceções, como o urânio e outros elementos radioativos. Não fosse assim, não haveria matéria estável, e nós mesmos não estaríamos aqui para conversar! Era pois necessário haver entre as partículas do núcleo uma outra força, de natureza atrativa porém não eletromagnética, que compensasse a repulsão eletrostática entre os prótons. César Lattes, com a descoberta experimental do méson pi, mostrou que no interior do núcleo atômico existem de fato outras partículas, além dos prótons e nêutrons, potencialmente capazes de exercer forças de atração, e, assim, compensar a repulsão eletrostática entre os prótons. Com isto foi aberto o caminho para se entender a estabilidade dos elementos. Não é difícil entender o alcance desta descoberta. De fato, César Lattes descobriu o méson pi na radiação cósmica, usando chapas fotográficas espessas (emulsões nucleares) expostas à radiação cósmica no alto de montanhas, inicialmente nos Pirineus e, mais tarde, em maiores altitudes, no monte Chacaltaia, nos Andes bolivianos. Foi Lattes quem caracterizou o traço, a "assinatura" da nova partícula nas emulsões nucleares, e determinou a sua massa. Posteriormente César Lattes confirmou a existências destas partículas sub-nucleares, produzindo-as artificialmente no acelerador de partículas da Universidade de Berkeley, na Califórnia. Pela descoberta, Cecil Powell - então chefe da equipe de emulsões nucleares da Universidade de Bristol, no Reino Unido, onde tudo começou - recebeu em 1950 o Prêmio Nobel de Física. Lattes e Occhialini não foram premiados, juntamente com Powell, porque nessa época somente o líder do grupo de pesquisas recebia esta honraria. Somente a partir de 1960 essa política foi alterada. O professor Lattes, devido à sua descoberta do méson pi, é considerado o mais importante físico brasileiro do século 20; o cientista brasileiro mais conhecido no exterior e, talvez, o único cujo nome é lembrado pelo povo; teve participação decisiva na criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio, e do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq).
Todos os créditos desse texto vão para o Professor Ronaldo Barbosa Alvim -http://conceitoaronaldo.blogspot.com.br/…/l…/M%C3%A9son%20Pi
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